De Volta às Aulas

De Volta às Aulas

          De volta a um universo de expectativas para a concretude de uma educação de qualidade. De volta à continuidade a um trabalho marcado pelo compromisso, pela dedicação, pela assiduidade, pela pontualidade. É com esse olhar que pensa cada pai de família que projeta no seu filho a esperança de ver seus sonhos realizados. Aquilo que o pai não pode realizar, mas o filho por meio de uma boa escola, de um bom quadro de professores, de uma árdua gestão promoveu que esse jovem conseguisse esse intento. Intento que um dia foi de seu pai.

          É isso que todo pai, toda mãe espera que os entes públicos garantam. Mas quem está na linha de frente da escola é o diretor, é o professor. Principalmente o professor. É o docente que tem a oportunidade diária de estar com esse material humano em potencial. Esse material que se chama aluno. Esse aluno que pode ser filho de um médico, de um advogado, de um lavrador, de um morador de rua, de um professor. Se o filho é de você professor? A razão é mais grandiosa ainda porque não pode falhar ou não aceita falhar. Seria confessar materialmente o seu fracasso.  Se o filho é de outro professor? A razão é mais que grandiosa: é sacerdotal. Falhar pode gerar a especulação nos outros de que não teve compromisso, de que não teve metodologia, de que faltou gestão de sala de aula. Vai se indagar depois: será se eu fosse o aluno gostaria de ter um professor com meu perfil? Agora se o aluno for um filho de morador de rua e tudo que conseguir na vida é ser morador de rua?

          É nesse mar de divagações que fazemos as seguintes provocações aos atores da escola:

          Ao pai que sonha com seu filho próspero por meio da educação. Que tem uma jornada árdua de trabalho para poder colocar a comida, a vestimenta, o básico dentro de casa. Que trabalha demais. Há um tempinho para  ir à escola do filho, de acompanhar as atividades do mesmo e ir às reuniões de pais e mestres? E os mestres os conhecem?

          Ao aluno que sonha entrar numa universidade pública. É disciplinado para ir e permanecer na escola? Anota as explicações do professor? Responde as atividades no prazo determinado? Estuda no contraturno? Ler quantos livros por ano? Cobra do diretor as razões quando o professor falta? Exige reposição de aula do professor para o gestor?

         Ao gestor que sonha com sua escola no ranking dos melhores índices do IDEB. Avalia a prática pedagógica de seus professores bimestralmente? Avalia a aprendizagem de seus alunos bimestralmente? Faz intervenções pedagógicas? Quais? Elogia os professores compromissados? Adverte individualmente o professor faltoso? A falta é registrada, negociada ou descontada? Há gestão democrática? Investe em melhores condições de infraestrutura e de trabalho?

Ao professor que se reconhece como o professor das profissões. Já se imaginou que mão de obra direta ou indiretamente vai ajudar a formar? Sentir-se-ia seguro de receber os serviços desses profissionais que ajudou a formar? O que faz para garantir uma geração futura promissora? É a pontualidade? É a assiduidade? É a metodologia? É a sua formação qualificada e continuada? Ou é tudo isso com um nome: compromisso?