O professor Júlio Pinheiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), reafirmou que é preciso solidificar as atividades sindicais para atingir o objetivo maior da entidade, que é a educação pública de qualidade. “Depois das vitórias alcançadas, com muitas batalhas, não podemos nos acomodar, pois a nossa luta é bem maior: vencer a guerra por qualidade na educação do estado”, ressaltou o sindicalista, em reunião com educadores, a maioria aposentados, realizada na sede do Sinproesemma, na manhã desta quarta-feira (9).]
Júlio lembrou que ainda há um caminho a percorrer que é fazer com o governo cumpra o Estatuto do Educador, aprovado em junho deste ano, e o acordo que trata de progressões, titulações, promoções, reajuste do piso (retroativo a janeiro) e a gratificação para funcionários de escolas, todos os frutos da vitória da greve deste ano, e que o governo já dá sinais negativos, quando não honrou o compromisso de pagar as promoções, as titulações e os retroativos do piso, em agosto, como foi acordado em mesa de negociação.
Mobilização
O presidente também lembrou que está mantida a agenda de mobilização aprovada em todas as regionais sindicais, com paralisações mensais até dezembro deste ano. A próxima está marcada para o dia 22 de outubro, quando todas as escolas devem parar em protesto pelo não cumprimento integral do acordo.
No referido acordo está previsto um cronograma de pagamento das progressões, para iniciar em fevereiro do próximo ano. “Se o governo não cumprir, temos ferramentas legais para não iniciar o ano letivo e entrar em greve por tempo indeterminado. Nas progressões não há desculpas de diplomas com erros, como o governo vem alegando para não conceder as promoções e as titulações. Progressão é tempo de serviço, é só calcular. E temos um acordo homologado na justiça. Vamos parar se o governo não pagar”, alerta Júlio Pinheiro.
Ele disse ainda que o governo mantém uma mídia ofensiva, usando as conquistas dos trabalhadores – o Estatuto do Educador - como dádiva e como se estivesse tudo bem na educação. “Mas sabemos que isso não é verdade, que o estatuto foi uma conquista difícil, resultado de muitas lutas”, disse Pinheiro, lembrando ainda que o governo ainda deve a as progressões, a totalidade das promoções, titulações, dos retroativos do piso e das gratificações de estímulo profissional dos funcionários.
“Não adianta propaganda se as conquistas ainda não estão nos nossos bolsos. Se o governo não pagar o que deve aos educadores, com certeza o recurso deverá ser usado, como empréstimo, para tentar se manter na estrutura estatal, mas vamos reagir e nossa luta não pode ser pontual, tem que ser permanente e envolvendo a sociedade, alunos, funcionários, pais, em um esforço social pela educação”, enfatiza.
Casa do Educador
Além de tratar com os educadores sobre os encaminhamentos para dar continuidade à luta sindical, o presidente deu informes sobre as vitórias alcançadas, como a aquisição recente de um imóvel, no Centro de São Luís, que está em reforma para ser a Casa do Educador, um espaço para receber trabalhadores que moram no interior do estado.
A previsão é inaugurar o novo patrimônio dos educadores no dia da Festa do Educador, 27 de outubro deste ano. O imóvel, localizado na Rua do Egito, próximo à Praça João Lisboa, custou R$ 450 mil e tem capacidade para abrigar cerca de 40 pessoas. “A Casa do Educador é uma bandeira de luta nossa, que estamos cumprindo. Cerca de 80% dos educadores filiados estão nos municípios e precisam desse novo espaço, por isso é uma obra importante. Um sonho antigo realizado”, enfatiza Pinheiro.
Educadores querem representante da educação no Legislativo
Diante das eleições de 2014, que se aproximam, os educadores também discutiram a necessidade de ter uma representação política na Assembleia Legislativa do Maranhão, que cumpra o papel de defender a luta dos trabalhadores pela educação pública.
“Já está mais que na hora de termos um representante que nos defenda na Assembleia Legislativa. Um representante que seja referenciado pelo sindicato, entidade que já tem credibilidade suficiente diante das vitórias alcançadas em favor da categoria”, exclamou o professor Janilson Lemos, do Sistema Penitenciário.
“Tenho 28 anos de sindicato e, diante da conjuntura, das conquistas alcançadas, avalio que esse é o momento de indicarmos alguém para levar nossa luta para o Parlamento”, avalia a professora Ieda Conceição, que também atua na educação do Sistema Penitenciário.
A professora Janice Nery, secretária geral do Sinproesemma, também acredita que o momento é propício para construir uma representação dos trabalhadores em educação no campo político. “Temos exemplo de políticos de grande expressão nacional oriundos do meio sindical. Também podemos ter um representante que saia da nossa categoria. A diferença é que não teremos mais um professor na Assembleia, mas um sindicalista que conhece a luta dos trabalhadores e que seja apontado pela categoria para representá-la”, defende Nery.
Também presente à reunião, o professor Raimundo Oliveira, secretário de Patrimônio e Administração do Sinproesemma, também defende o apoio da categoria para a construção de uma representação política, com bases na educação: “Nós, que vivenciamos o dia a dia da sala de aula, sabemos o quanto é necessário e nos faz falta alguém que defenda a educação e a coletividade na política”.
Júlio Pinheiro concorda plenamente com os educadores e acrescenta que o sindicato precisa de aliados. “Nestas eleições, o sindicato tem a obrigação de dialogar com os educadores para a escolha de representantes que reforcem, no Parlamento, a luta que travamos nas ruas. É necessário um candidato que seja defensor de todos os segmentos sociais, mas que seja também, cem por cento, defensor da educação e que seja capaz de enfrentar os desafios que ainda teremos à frente para alcançarmos a qualidade que almejamos na educação”, conclui Pinheiro.
Na discussão do tema, diretores do sindicato informaram aos educadores que já houve uma reunião da direção estadual do Sinproesemma, que possui cerca de 70 membros, na qual foi aprovado por maioria o nome do professor Júlio Pinheiro para uma pré-candidatura na concorrência por uma vaga na Assembleia Legislativa, nas eleições de 2014, como representante da educação pública
Também contribuíram no debate com os educadores, os secretários Dickson Garcia (Formação Sindical), Henrique Gomes (Jurídico) e Carlos Mafra (Funcionários).
Texto e fotos: Cláudia Leal/Jornalista (assessora da presidência do Sinproesemma)
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